quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Estágios...

E aew galera!

Eu tive que dar uma pausa nos posts essa semana porque começou a apertar a vida por aqui hehe! As empresas começaram a disparar as vagas de estágio, o que significa que a temporada de caça começou.
 
Posso dizer que o nível competitivo aqui é muito alto, apesar do enorme campo de engenharia que tem por todo a Europa em geral, os engenheiros que são formados aqui são muito bem qualificados então não da pra dar bobeira. Fiquei essa semana toda trabalhando no meu currículo e ainda tenho que terminar minha Lettre de motivação. Aqui eles dão muito mais valor pra essa Lettre do que pro currículo em si, e é aí que eu tenho que tirar vantagem.

Além de ter que compensar a barreira da língua, essa carta tem que mostrar pro meu empregador quem eu sou e porque ele me contrataria. Como eu pude ler em muitos sites por aqui, "O seu currículo nada mais é do que números de estatística, pense que sempre tem alguem que ja fez a mesma coisa que você ou até mais, por isso a carta de motivação é tao importante, ela é a sua chance de nos provar que devemos contratá-lo" (Essa foi uma tradução que eu fiz, mas o sentido é esse mesmo hehe). Espero termina-la ainda hoje e vamos ver no que vai dar hehe.

Mas deixando de falar agora das barreiras que tenho que superar, vou tentar falar um pouco da empolgação que to vivendo com tudo isso. Olhando as várias vagas nas empresas que eu selecionei para trabalhar, não tem como o olhinho não brilhar. Tem vaga que eu leio a descrição e começo a viajar comigo mesmo, pensando nas inúmeras oportunidades que iriam surgir. Afinal de contas, esse é o principal motivo de eu estar aqui na França, viajar, conhecer lugares, pessoas e culturas é tudo consequência de se morar aqui, mas conseguir um estágio numa empresa de alto nível na área que eu quero, é meu principal objetivo.

Tava conversando com um amigo meu que veio ano passado e conseguiu estágio por aqui e ele tava me falando de quando estava vivendo a mesma fase que eu, e pensando nisso fui lembrando das várias estapas pelas quais já passei. Lembro que no ensino médio, queria entrar na UnB, achando que depois de ser aprovado, tudo ficaria tranquilo, lá dentro, cada semestre era uma luta, que fazia com que os estudos para o vestibular parecessem tranquilos, depois a busca pela bolsa de intercâmbio e agora que estou aqui, surge a procura pelo estágio dos meus sonhos. Mas uma coisa que me lembro bem também é que sempre pude contar com Deus em todos os momentos e agradeço a Ele por ter me feito vitorioso em todas as etapas que citei, essa é a convicção que me deixa tranquilo sabendo que tudo é feito no tempo Dele e da melhor maneira possível. Nunca vamos parar de estudar, trabalhar, perseguir nossos objetivos, precisamos sempre evoluir, nos aperfeiçoar e buscar o melhor em tudo que fazemos. Sempre vão surgir novos desafios, e confesso a vocês, que é desse suspense que eu gosto hehe

Peço que orem por mim, para Deus me dar orientação em tudo que eu fizer e sabedoria nas minhas escolhas, estou sonhando alto com alguns estágios por aqui, pedindo a Deus que caso eu não seja escolhido, Ele continue me guiando, e caso eu seja, me capacitando...
  
Um Grande Abraço!

Salut! Et au Revoir!   

PS: E pra quem não tá sabendo, eu viajo amanhã pra Bélgica, Holanda e Dinamarca pra aproveitar um feriado que vai ter aqui, mas quando voltar conto detalhadamente como foi por lá hehehe!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Greve!

Ehhh meu povo! Pra quem acha que esse tipo de coisa não acontece em país de primeiro mundo, a França taí pra mostrar que a história é outra hehe.

Já tem um tempinho que a gente tava ouvindo um burburinho de greve por aqui, mas ninguém tava dando muita bola porque quando rola confusão na França, o melhor lugar pra acontecer é la por Paris. E era o que estava realmente acontecendo, todas as manifestações estavam mais centralizadas lá na cidade luz e o clima aqui em Lyon tava bem tranquilo.

Taaava...Posso dizer que o quebra pau chegou por aqui hehe.

Desde o dia 12 de outubro que os sindicatos franceses conseguiram mobilizar mais 3 milhões de pessoas, várias manifestações vem ocorrendo. A de hoje segundo os jornais teve um impacto menor, e o interessante aqui é que eles publicam o numero de participantes, segundo a policia, e o numero de participantes, segundo os sindicatos. Pra variar, o numero fornecido pela policia é sempre muito menor hehehe.

O fato é que hoje eu tive que ir ateh o centro da cidade para buscar um celular que um amigo meu tinha comprado. A gente foi totalmente despreocupado, como se sai geralmente pelas ruas da bela Lyon, hoje porém, as  frustrações ja começaram na primeira estação de metrô. Estranhamos primeiro o fato de todas os guichês de entrada estarem abertos e sem nem pedir o cartão de embarque na estação, mas entendemos o porque logo em seguida quando ouvimos a mensagem que se repetia constantemente no alto falante do local. "Senhoras e senhores, devido a manifestação a linha A está fechada até tempo indeterminado".

Como tinhamos que ir ao centro, fomos ao mapa na parede para ver se havia outra linha pra pegar e descermos em alguma estação proxima para ir andando. Embarcamos no metrô da outra linha e fomos até lá. A segunda frustração foi que ao chegar perto da parada ouvimos no alto falante do metrô "O metro não irá parar na estação tal, esperar até a próxima estação".

Em frances, quando voce quer construir uma frase na negação, voce utiliza a palavra "Pas". A gente ouviu o alto falante meio rouco falando soh assim "Le metro pas arrete a la station....", a gente ja ficou meio encucado discutindo que tinha ouvido que ele nao ia parar, mas tentando nao acreditar que tivéssemos feito a traducao correta hehe. Nisso ja tinha um casal de frances observando a gente conversando em Português e eles perceberam que estávamos na duvida se o metro iria ou nao parar. Infelizmente, hehe escutamos corretamente e o metro realmente nao parou...

O casal caiu na gargalhada quando a gente falou: "Veiiii eu nao disse, foi PAS de arrete!". Eles ja tavam achando engracado a gente tentando traduzir a mensagem e se divertiram mais ainda quando a gente descobriu que tinha feita a traducao certa e realmente perdeu nosso ponto de descida hehe.

Pois bem, descemos na estação seguinte e decidimos ir andando mesmo até a loja do celular. Foi aí que vimos o que não esperávamos...Uma ponte que corta o Rhone cheio de carro de polícia, barcos esperando dentro do rio e um helicoptero sobrevoando a região. O estranho tambem eh que toda hora a gente ouvia barulho de sirene mas nao entendia porque, ali estava a resposta.

Atravessei a ponte todo curioso com aquela situação e do outro lado pudemos ver uma barricada policial, daquela de um monte de policial com escudo e ao fundo a fumaçona branca de gás lacrimogênio. Aih eu te pergunto..se os lyoneses, que moram por aqui, ja tavam curiosos, tirando foto e filmando, que que voce acha que uns brasileiros, turistas e procurando por aventura vao fazer?? A mesma coisa uaii hehe!



O desafio era tirar a melhor foto possivel! (relaxa mae, tava tranquilo na hora e nao tinha ninguem jogando pedra ou tacando bomba). Foi bem divertido e apos tirar as fotos seguimos andando pra chegar na loja. A manifestacao ja tinha acabado mas pudemos ver os resultados espalhados pela ruas de Lyon. Confesso que nunca esperei ver isso por aqui, varias estacoes de onibus depredadas, marcas de objetos queimados espalhados pelas ruas e tudo mais que pessoas querendo criar tumulto costumam fazer.



Pois eh, nao eh soh no terceiro mundo que esse tipo de coisa acontece, e to achando que a situacao vai se prolongar por um bom tempo aqui na França. Os Franceses tão brigando contra uma lei que aumenta a idade de aposentadoria, e por incrivel que pareça, quem ta mais mobilizado por aqui sao os proprios jovens, que nao tao aceitando a ideia de terem que trabalhar mais futuramente. Vamo ver no que vai dar...

A propósito, a loja do celular (bem como varias outras em volta), tava fechada hehe...

Um Grande Abraaaço!

Salut! Et Au revoir!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Route de Moto!

Dia 10 do 10 de 2010 foi um dia que guardarei por toda a minha vida.

Esse post provavelmente vai ficar muito grande, mas preferi contar tudo de uma vez só, pra tentar passar pelo menos um pouco de tudo que eu senti nesse dia tão especial pra mim.

A história que vou contar começou antes, no dia 6 , quando havíamos decidido viajar neste fim de semana e começamos a procurar lugares para ir. Combinamos de viajar mais pra perto e de não ter muitos gastos na viagem, assim, várias idéias foram surgindo. Mas nenhuma causou um impacto tão grande como a do Bruno.
Eu estava no meu quarto quando ouvi ele gritando pela janela do sétimo andar, coloquei a cabeça pra fora pra ver o que ele queria e me lembro bem quando ele ouvi: “Yuri! Achei uma loja que aluga moto aqui em Lyon!”. Falei pra ele subir aqui no quarto na mesma hora e me mostrar isso e à medida que analisávamos a situação víamos que era realmente possível. Já havíamos esquecido a viagem com o pessoal e após pegarmos endereço de duas lojas, combinamos de acordar cedo no dia seguinte e ir até as lojas ver como era o processo de locação.
Fomos à primeira loja sem muita esperança e apreensivos, pois achávamos que o fato de sermos estrangeiros poderia complicar alguma coisa. E a ansiedade só aumentou quando chegamos à loja e ela estava fechada, caminhamos até a outra, mas sem nenhuma explicação (Afinal eram 10 horas da manha de uma quarta feira) ela também estava fechada. Ficamos desapontados após ter imaginado quão massa seria se conseguíssemos alugar as motos.
Mas a gente é brasileiro e não desiste nunca. Voltamos para casa com os telefones das duas lojas, almoçamos e sem comentar com mais ninguém, fomos nos arriscar a ligar e conversar em francês pelo celular. Pra nossa alegria o dono da primeira loja atendeu, falei com ele e ele explicou que de manhã não conseguiu ir para a loja, mas que abriria a partir das 3 horas daquele mesmo dia. Esperamos o horário e fomos mais uma vez até a loja, contudo, dessa vez sabíamos que ela estaria aberta.
Já entramos na loja com um ar de apreensão, e graças a Deus, foi ainda mais fácil do que imaginamos. Tudo que precisávamos era do passaporte, ter carteira de motorista há mais de 1 ano e um comprovante de residência. Mostrei a carteira de habilitação brasileira e só abri o sorriso quando ele falou “Voilá! Pas de Problem!”. Perguntamos se tinha motos disponíveis para aquele final de semana e ele nos mostrou as belezuras,eu já saí de lá namorando uma Kawasaki. Não reservamos nada e fomos embora para conversar e resolver o que faríamos. Ainda conseguimos ir à outra loja, mas todas as motos estavam alugadas até o fim do mês.



Voltamos para casa com a empolgação aumentando cada vez mais, e após conversar bastante, tomamos a decisão... Alugaríamos as motos para o domingo. Voltamos no dia seguinte com um pouco de medo das motos já terem sido alugadas, e dessa vez o Luiz foi com a gente, pois ele também se empolgou muito com a idéia.
Mas ao chegar à loja e ver exatamente três motos lá, eu vi que aquela viagem iria acontecer! Entregamos os documentos, pagamos a caução e fizemos a reserva. Daquele momento em diante, ninguém conseguiu mais dormir, pegaríamos a moto no sábado de tarde e só devolveríamos na segunda. Foi uma contagem regressiva que parecia não ter fim.
A partir desse momento, comecei a orar bastante para que nossa viagem fosse tranqüila e que nada de mal acontecesse. Não falávamos ou pensávamos em outra coisa até o momento de tirar a moto da loja. Passei o dia de sexta estudando os mapas e pistas do sul da França, decidi viajar até Grenoble e precisava saber pelo que iríamos passar.
Pois o sábado chegou... Saímos andando sem conseguir esconder a ansiedade e chegamos à loja para retirar nossos brinquedinhos. Foi muito legal esse dia, pois a minha moto ainda não havia sido devolvida pelo locatário de sexta, então o Daniel (Dono da loja) pagou um refrigerante pra gente e o pai dele me ensinou uma rota que contornava a estrada principal e passava por várias cidades pequenas do interior da França, a expressão que ele usava constantemente para essa rota era “Tré, tré Jolie!”. Segundo ele, a paisagem era incrível e tínhamos que fazer esse percurso de qualquer jeito. Anotei as dicas e quando me dei conta, minha moto havia chegado. A espera acabara e era a hora da verdade. Escolhemos nossos capacetes e subimos nas bixonas. Analisei toda a moto, do escapamento ao painel, admirando cada detalhe e orando sem cessar para que pudéssemos nos entender bem.
Coloquei a chave na ignição e dei a partida... Desse momento em diante, foi só alegria, o barulho que ela fazia era incrível e quando saí com ela pela primeira vez sentindo o torque do motor, pude entender a capacidade daquela moto. Estava em cima de uma Kawasaki ER-6N, moto de 650 cilindradas e fácil pilotagem.
Voltamos para o apartamento fazendo a maior festa, gritando um pro outro sem acreditar que havíamos conseguido alugar aquelas motos. Arrumamos-nos e saímos pela cidade para passear, afinal precisava conhecer a moto antes de pegar a estrada com ela. Fomos até o centro da cidade conhecendo ruas e vielas que de trainway nunca tínhamos visto. Comemos por lá e voltamos cedo, afinal no dia seguinte, teríamos muito chão pela frente.
Naquela noite eu quase não consegui dormir, tamanha a ansiedade que eu estava. Nem percebi quando o despertador tocou e eu só pulei da cama. Domingo havia chegado e eu estava pronto para pegar a estrada. Encontramos-nos para preparar uns sanduíches e repassar o briefing da viagem. Relembramos da responsabilidade de cada um e tive oportunidade de ler Salmos 121 com os mlks, um hábito que meus pais têm toda vez que vamos viajar e que adotei para mim mesmo. Terminamos tudo e marcamos de nos encontrar nas motos em 5 minutos.

(A partir de agora, se você tem um som disponível, leia os próximos parágrafos ao som dessa música:) 

http://www.youtube.com/watch?v=tnB-dnJVlcs&feature=fvst 

Fui até o espelho e me olhei fixamente, sabendo que aquele dia seria diferente. Havia alcançado um dos meus sonhos de vida e ainda não tinha me dado conta disso. Vesti minha jaqueta e peguei o capacete. Eu estava pronto, a ansiedade passara e graças a Deus estava muito confiante. Andei em direção a moto girando a chave no meu dedo, montei na Kawa e girei a chave na ignição, engatei a primeira e segurei a embreagem, rodei o pulso do acelerador e fazia música com o som que saía do escapamento. Fechei a viseira, me posicionei para pilotar, e finalmente, arranquei a moto rumo ao meu destino, minha viagem acabara de começar...



Saímos de Lyon e entramos na rodovia, a pista era perfeita, sem qualquer indício de buraco, com muitas faixas e muito bem sinalizada, nesse primeiro trecho pudemos esticar bastante com a moto e sentir um pouco mais da força das bixinhas. Aqui existem as rodovias pedagiadas que fazem valer cada centavo que se paga para rodar nelas e as rotas não pedagiadas que incrivelmente são tão bem conservadas e cuidadas como as pedagiadas. No nosso caminho de ida pegamos apenas rotas não pedagiadas, para podermos conhecer as cidades listadas pelo nosso amigo da locadora.
Pegamos a estrada em direção a Crémieu e começamos a contemplar um pouco da paisagem que teríamos pela frente, a pista que pegamos era beirada por várias plantações, com montanhas na vista do horizonte, andamos um pouco e passamos por um pequeno vilarejo, seguimos mais e avistamos a placa: “Crémieu (Cité Médiévale)”. Era uma pequena cidade com casas antigas e cuja atração principal era um castelo no alto de uma montanha que abraçava a vila.
Andávamos pela cidade bem devagar admirando o ar medieval daquele lugar e chegamos a um lugar onde estacionamos a moto e pudemos subir a pé uma escadaria que dava para o cume da montanha. A vista de lá era incrível e podia se ver toda a pequena vila daquele lugar. O Sol não incomodava e podia se sentir a brisa batendo de maneira agradável. Tiramos algumas fotos e descemos para pegar as motos e seguir viagem.



Saímos da bela vila de Crémieu e fomos rumo a Morestel. Nesse trecho, passamos num trecho onde dos 2 lados da estrada se viam enormes montanhas cheias de árvores bem verdes. Mesmo em cima da Kawa em que a vontade era de acelerar, a paisagem te prendia e te fazia querer aproveitar a vista por cada segundo que fosse possível.
Chegamos em Morestel e nesse dia estava tendo uma feira das maçãs hehe, a cidade estava bem movimentada e novamente passamos bem devagar pelas ruas de mais uma cidade francesa. Morestel era um pouco maior e o caminho para a próxima cidade era mais urbano. Mesmo assim não deixava de ser interessante, o caminho era mais curvo e o trajeto foi muito legal de se fazer com a moto, descendo e subindo ruas com casas de um lado e uma vista do horizonte do outro.
Após um curto trecho, chegamos a Aoste. Nessa cidade paramos apenas para avisar o pessoal de Lyon que estávamos bem. Peguei o GPS e tracei a rota para nosso próximo destino, o lago de Paladru.
Foi na rota para Paladru que tive uma das visões mais bonitas da viagem.Uma pista de mão dupla, cujo tanto do lado direito como do lado esquerdo havia um bosque cujas árvores eram tão altas que a luz do sol se concentrava em apenas alguns lugares, tornando possível ver vários feixes de luz separados batendo no chão. Acontece que as árvores se inclinavam e cobriam a pista, e foi aí que do nada, eu vi na minha frente uma região um pouco mais iluminada pelos feixes de luz, como se alguém tivesse colocado um holofote exatamente naquela parte da pista. Não bastasse esse jogo de luzes, na mesma região várias folhas secas caíam das árvores em volta formando uma espécie de chuva de folhas. Eu não consegui acreditar no que estava vendo. Reduzi a velocidade, ergui meu corpo sobre a moto e levantei a mão esquerda para sentir as várias folhas que caíam sobre o asfalto. Nem se eu quisesse imaginar, conseguiria pintar uma cena tão magnífica em minha mente. Infelizmente além dos mlks atrás de mim havia carro também e não pude ficar mais tempo em velocidade reduzida naquele trecho, mas o pequeno espaço de tempo que passei por ali serviu para ficar gravado na memória.
Chegamos então em Paladru e contemplamos mais uma linda vista, um enorme lago que levava o nome do local em que estava localizado, Lac du Paladru. Estacionamos a moto na beira do lago e decidimos que ali era o lugar ideal para almoçarmos hehe. Ficamos um bom tempo ali, comendo, conversando e apenas admirando a vista. Passado o tempo, arrumamos tudo e seguimos viagem, sem mais paradas rumo a Grenoble.



Pilotamos um bom tempo beirando o lago de um lado e uma enorme montanha do outro, mais uma vez sem palavras para explicar a grandiosidade da paisagem. Chegamos então em um cruzamento que dava para a rodovia principal e ligava direto para Grenoble. Pegamos a rodovia e foi nesse trecho que pudemos realmente sentir o poder das nossas motos. A pista continha 4 faixas para cada sentido e a reta era tão grande que não era possível ver o final. Fiquei atento nas placas para Grenoble e vi que tínhamos espaço.
Grudei as pernas na moto, inclinei o corpo para frente, abaixei a cabeça com os olhos fixos na pista a minha frente e juntei os braços junto ao corpo. Reduzi a marcha e fechei o punho direito!O mais incrível era que mesmo com o giro do motor lá em cima, a moto continuava a desenvolver. Indescritível a sensação e mais um momento que pude gravar na memória!
Rodamos 58 km nessa pista e vimos a placa que indicava Grenoble logo a frente. A cidade de Grenoble é grande, com vários centros comerciais, avenidas e ruas movimentadas. É a segunda maior cidade da região de Rhones-Alpes, perdendo apenas para Lyon. Fomos direto ao ponto turístico mais famoso da cidade, o Forte de La Bastilha. Para subir as pessoas usam um teleférico, mas descobrimos que tinha uma rota para quem quisesse subir de carro ou moto. Como estávamos de moto, porque não aproveitar hehe. Acontece que a rota era bem inclinada e subimos de primeira o morro todo, foi uma sensação de MotoCross em cima de uma ER-6N. Mas chegando lá em cima nos sentimos recompensados, a vista era linda e pudemos ter uma visão geral de toda Grenoble. Terminamos de comer os sanduíches que faltavam e descansamos um pouco ali em cima da montanha. Se pudéssemos teríamos cochilado fácil lá, mas ainda havia uma cidade que eu queria conhecer e ficava há apenas 20 km de Grenoble. Pegamos a moto, descemos a montanha e partimos rumo a Vizille.



O caminho até Vizille foi bem rápido e de todas as cidades que visitamos nesse dia, esta foi a que mais me impressionou. Fomos até o centro da cidade, procurando o Château de Vizille. Um imenso castelo que abriga o museu da revolução francesa e que dá acesso a um enorme (enorme mesmo!) jardim imperial.
Do lado de fora do portão do castelo, se vê uma cidade francesa normal, com prédios antigos, um carrossel, restaurantes ao ar livre e tudo mais, mas é no lado de dentro que a mágica acontece, assim que se passa pelo portão principal, você dá de cara com uma enorme montanha no horizonte e um jardim verde como nunca vi igual, com direito a um bosque, um labirintozinho de grama podada e tudo isso cortado por um córrego que percorre todo o local. Andamos pelo jardim de boca aberta com a beleza do lugar e depois fomos visitar o museu do castelo.
O museu era bem legal, com várias salas, quadros e esculturas que mostravam a história da revolução francesa. Uma cópia do quadro da morte de Marat estava lá e foi legal ver a imagem sem ser num livro de história hehe. Terminamos o passeio pelo museu e era hora de voltar para “casa”.



Estávamos cansados e já eram quase 6 horas da tarde. O bom é que na volta nós combinamos de voltar pela rodovia pedagiada. Subimos na moto e esticamos de Vizille até Lyon. Se na ida pudemos curtir a paisagem e aproveitar o passeio, foi na volta que pudemos curtir a moto que tínhamos e aproveitar a velocidade hehe. A rodovia possuía quatro faixas para cada sentido, e a velocidade indicada era de 130, o que significa que a velocidade média era de 140 hehe. Ou seja, andando a 140km/h você anda lado a lado com os carros daqui (E que carros!). Aproveitamos ao máximo a estrada que tínhamos pela frente e fizemos 108 km em 40 minutos. Foi sensacional hehe!
Chegando perto de Lyon paramos para comer numa lanchonete chamada Quick, que é tipo um McDonalds daqui. Ficamos conversando e rindo daquilo que tínhamos feito naquele dia. Comentamos as cidades, a estrada, as motos e todo aquele dia que passamos juntos viajando de moto. Terminamos de comer e voltamos para casa, cansados, mas mais do que satisfeitos de tudo aquilo que tínhamos vivido naquele domingo. Estacionei a moto e orei a Deus agradecendo por ter nos levado e trazido com segurança para nossa “casa”.
Se meu intercâmbio terminasse agora, poderia dizer que já valeu a pena.
Fui de uma cidade a outra, passando por bosques e montanhas, beirando lagos, cruzando ruas de pequenas vilas do interior onde a edificação mais alta era a torre da única igreja do lugar. Acordei hoje de manhã tentando acreditar se aquilo realmente tinha acontecido e só me dei conta de que não estava sonhando quando olhei pela janela e vi a moto estacionada lá em baixo
Pilotar uma moto poderosa, estar rodeado por paisagens estonteantes, sentir bater mais forte o coração ao ver o velocímetro de sua moto marcar 200 km/h são experiências únicas.
De todos os posts que fiz até agora, acho que esse foi o mais difícil de escrever, pois eu sei que não importasse as palavras que eu usasse, não iria conseguir transmitir nem um pouco do que estou sentindo em relação às experiências que eu vivenciei esse fim de semana.
Toda vez que falo pra minha mãe dos meus planos e sonhos ela me responde sabiamente com Tiago 4:15 que diz: “Ao invés disso, deveriam dizer: Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo”.
Eu não tenho como expressar minha gratidão a Deus por ter me permitido realizar esse meu grande sonho. Por várias vezes eu me peguei imaginando e sonhando com essa viagem de moto, mas mais uma vez, Ele me surpreendeu realizando muito mais daquilo que jamais sonhei ou pensei.



Se Deus assim permitir, daqui a alguns anos vou contar para meus filhos e netos a história do dia em que eu peguei uma moto e viajei pela França, contemplando as obras de Suas mãos, passando por cidades que nem estão listadas nos guias turísticos, mas que todos deveriam conhecer. Se o Senhor quiser, vou contar emocionado desse dia e falar...
Dia 10 do 10 de 2010 foi um dia que guardei por toda a minha vida.
Um grande Abraço!
Salut! Et au Revoir

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Robin Hood!

Segunda feira, 20 de setembro, foi o meu primeiro dia de aula aqui na Franca. Sabe aquela sensação que a gente tinha na infância de começar o ano letivo em escola nova, onde não se conhecia ninguém e tsabendo que tudo seria diferente do ano anterior! Pois eh, era exatamente isso que eu tava sentindo. 
Eu já tinha perdido 2 semanas de aula então já estava me sentindo mais perdido que tudo, pra  piorar, o despertador nao tocou e acordei tarde para a aula das 8. Eu me arrumei correndo e voei pra faculdade, o bom eh que moro ha apenas 3 minutos do predio que estudo hehe.
Procurei a sala e pra minha infelicidade a porta estava fechada. Abri a porta na maior cara de pau e não deu outra, todo mundo olhou pra mim com uma cara de “putz..que que esse bixo ta fazendo!”. Perguntei ao professor se aquela era a aula de “Energetique de La Propulsion” e ele, num tom bem descontente,alem de corrigir minha pronuncia, mandou eu me sentar. Corri pro fundo da sala e soh fingi que nada tinha acontecido. Os outros brasileiros soh abaixaram a cabeça rindo e fingindo que não me conheciam.
Como era de se esperar, eu não entendi quase nada do que o professor falou durante a aula hehe .Pegava uma informação ou outra cruzada quando ele tacava nas formulas, mas se tinha alguma teoria importante por trás daquilo, eu não aprendi hehe. Terminada a aula fui resolver a questão das matérias que eu faria. Minha grade horaria nao poderia ser melhor.
Soh tenho aula segunda, terça e quarta nesse primeiro trimestre, assim, meu final de semana começa na quarta a noite hehe.Ta certo que vou levar o dobro do tempo para estudar as coisas em frances, mas pelo menos nao tenho que ficar indo pra aula.Uma coisa interessante daqui eh que os professores nao indicam livros, a bibliografia de estudo sao as notas de aula e o que eles falam em sala. Isso vai ser um ponto negativo porque o que eles falam ja eh dificil de entender e pra piorar, todos meus professores sao desorganizados pra caramba.
Acabado o período matinal de aula, fomos almoçar e a tarde fui fazer minha primeira compra mensal. Como era de se esperar comprei mais besteira do que devia hehe. Foi muito bom a sensação de sair colocando biscoitos, chocolates e outras guloseimas no carrinho, mas eu aprendi mais tarde que fazer compras não eh tão simples. Ficou faltando muita coisa útil (Esqueci por exemplo de comprar Agua hehe) e tive que voltar no mercado 2 dias depois.
A noite fiquei em casa de bobeira e pude dar parabéns para o Yale no Skype. Era aniversario dele no dia e o pilantra marcou festinha la em casa. O bom foi que revi muita gente na webcam e deu pra matar um pouquinho da saudade que eu tava sentindo.
Mas foi na terça feira, dia 21 que eu fiquei ainda mais empolgado de estudar por aqui. Todo aluno da engenharia escolhe um esporte para fazer durante o semestre, e as opções são inúmeras.Vi todas as atividades possíveis mas quando eu bati o olho em Tir a L’Arc, não deu outra...Escolhi na hora! Pra melhorar ainda mais, as atividades esportivas começavam naquela semana, entao nao tinha perdido nada. Levantei mais cedo, tomei café e me arrumei ansioso para ir pra essa aula, a expectativa era enorme.
A professora iniciou a aula explicando o esporte, como seria a atividade durante o semestre, o numero de faltas que seria aceitavel e todo aquele bla bla bla de comeco de curso.Eu confesso que nem prestei atenção, pois não tirava o olho da parede que servia como alvo. Foi aih então que ela abriu a sala de material e eu pude ver aquele monte de arcos pendurados na parede. Ela foi chamando aluno por aluno por ordem de tamanho, e soh pra me dar raiva, foi do menor pro maior. Todo mundo saia com o brinquedinho na mão e eu la me mordendo pra ir pegar o meu. Esperei um pouco e finalmente ouvi meu nome, andei em direção ao armário tentando esconder a minha felicidade mas nao tinha como, a sensação era a mesma de ganhar um presente hehe.
Em seguida ela ensinou como colocar a corda no arco e cada um ia montando o seu. Eu fiz com a maior concentração do mundo, totalmente determinado a montar direito, aquilo tava muito divertido pra mim. Foi aih então que ela mandou cada aluno pegar 3 flechas e se dirigir pra linha de tiro...tava chegando a hora de finalmente atirar.
Eu parecia uma criança boba com um brinquedo novo, pra todo mundo em volta aquilo parecia normal, mas eu não conseguia parar de rir quando atirava uma flecha. Mais uma vez Deus me surpreendeu, nunca havia imaginado que um dia teria oportunidade de fazer Arco e Flecha, e aqui estou eu, dando inúmeros tiros toda semana. A professora percebeu a empolgação e ficou rindo tentando entender minha alegria,expliquei que no Brasil esse esporte não era comum e que aquilo tudo era novidade pra mim. 



Passei 1 hora e meia brincando de Hobin Hood e sai de la realizado hehe. Voltei para casa tentando acreditar que eu realmente havia atirado com arco e agradeci a Deus mais uma vez por todas as oportunidades que já estava tendo em tão pouco tempo aqui na França.
Um Grande Abraaço!
Salut! Et au Revoir!

domingo, 3 de outubro de 2010

Feira do Rolo!


Vamos voltar um pouco no tempo, antes da viagem para suíça, pois aconteceu muita coisa legal e não posso deixar de contar aqui hehe.
Domingo dia 19 de setembro nós acordamos umas 10 horas com o objetivo de conhecer uma feirinha que tinha perto de nossa casa, estávamos todos precisando comprar edredons e casacos pois o frio chegaria em breve e não estávamos nem um pouco preparados.
Andamos pela feira de uma ponta a outra e não vimos nada interessante, ainda bem que éramos soh homens nesse dia então não enrolamos muito e fomos embora de lá rapidamente. O fato eh que um brasileiro que estava com a gente falou que estava tendo outra feira um pouco mais longe e que la tinha muito mais coisa pra gente ver. Como a gente queria andar pela cidade, precisava comprar coisa e não tinha mais nada pra fazer hehe, topamos ir ateh la.
Tinhamos apenas uma mensagem de texto com o endereco, mas pra nossa sorte, achamos a feira rapidinho.Achamos estranho pois essa feira não era igual a outra,ela ia se alongando entre as ruas de um bairro enorme, e não seguia apenas uma direção, aonde tivesse rua, tinha gente sentada no chão vendendo coisa. A media que íamos andando víamos de tudo que era coisa sendo vendida, desde roupas ateh monitores de computadores usados, tinha tudo que era cacareco que você possa imaginar.
Andamos um pouco e vimos um monte de roupas penduradas que parecia interessante, um amigo viu um casaco da adidas e perguntou o preço já esperando ouvir um numero grande de euros, mas pra nossa surpresa, a resposta foi “”Trois euros!”. Ninguem acreditou e ele perguntou de novo pois brasileiro morando fora quando ouve alguma coisa muito surpreendete ou acha que não entendeu ou acha que tão lhe passando a perna. Mas nesse dia não foi nada disso, o casaco custava realmente apenas 3 euros. O mlk comprou na hora e foi andando com um sorriso no rosto, a gente claro, morrendo de inveja hehe. Pra tristeza dele, e pra nossa alegria, ainda tinha muitaaa feira pela frente.
Não demorou muito e vi de longe um lugar com vários casacos pendurados, fui ateh la e achei um que cabia perfeitamente em mim e ainda por cima eu tinha gostado dele. Perguntei quanto era dessa vez já esperando ouvir uns 5 euros, mas pra ficar ainda melhor, a resposta foi “1 euro!”. Ninguem acreditou, a gente perguntou se ela tinha certeza, se era isso mesmo, e ela ainda falou : “Uai se quiser dar 2 pode ehehe”. Eu abri o sorrisao (Mais de orgulho por ter achado algo melhor e mais barato do que pelo fato de comprar o casaco hehe) , dei a moeda de 1 euro pra moça e sai andando feliz com meu casaco no braço.
Continuamos andando pela feira e a partir daquele momento todos sabiam que pagar mais de 3 euros em alguma coisa já era muito. Achamos então uma barraca com uma televisão sendo vendida. Perguntamos o preço e por 15 euros meu amigo quis comprar. Ficamos um tempo conversando com a dona da barraca e foi aih que finalmente entendemos o que estava acontecendo. Aquela feira acontecia somente 1 vez por ano em Lyon! Os vizinhos do bairo desciam e vendiam a preço de banana tudo que não lhes fosse mais útil.Caiu a ficha finalmente e andamos a feira toda procurando coisa barata pra comprar.
Subimos mais um pouco e eu vi de longe uma jaqueta de moto, corri pra la, pois naquele momento já tinha virado competição de quem achava coisa boa primeiro hehehe. No final das contas eu saí da feira com um casaco, uma jaqueta de couro, uma jaqueta de moto e 5 camisas heheheheh! Foi a alegria da galera pagar tão barato em coisa muito cara, acho que paguei 3 euros em uma camisa da Hugo boss novinha hehe.

Junta 5 brasileiros murrinhas que acharam um monte de europeu bonzinho e muita coisa interessante pra comprar, não deu outra hehe, saímos de la rindo a toa e amando cada vez mais a cidade de Lyon!
Grande Abraço!
Salut! Et Au revoir!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Domingo em Geneve!

O despertador tocou as 7 da manha, e como eh de praxe em quartos que voce nao esta sozinho, quando o despertador toca, todo mundo reclama hehe. Mas havíamos combinado de levantar cedo para pegar o café da manha e podermos aproveitar mais o dia de domingo.
Arrumamos-nos todos e fomos encontrar o resto do pessoal. Descemos para o café e presenciamos nesse momento uma das cenas mais legais possíveis, apesar da comida não ter sido das melhores (Longe dos tão desejados queijo , presunto e ovos mexidos de cafés da manha de hotéis hehe) o ambiente estava muito legal. Se imagine por um momento escutando chinês, ao mesmo tempo em que se ouve o apressado espanhol, seguido pelo bom e velho inglês, e sem deixar de “Ecouter beaucoup de Français”. Esse foi nosso café da manha no albergue, um salão razoavelmente grande com vários grupos de viajantes vindos de num sei lá onde e que com certeza olhavam para nós com o mesmo instinto de curiosidade que tínhamos em relação a eles.
Terminado o momento babel encontramos a brasileira que citei no post anterior, ela recomendou que naquele dia fôssemos primeiramente ao Jardim Botanico de Genebra e ainda aconselhou que fossemos andando, beirando a orla do lago enorme que tinha por la. Seguimos o conselho e pra nossa alegria, o dia de domingo estava totalmente diferente, o sol havia decidido aparecer e a cidade ganhou um outro ar para todos nós. Andamos pela orla curtindo a paisagem e tirando varias fotos. Em certo momento eu me senti a beira do lago Paranoá, observando o Lago sul na outra margem e imaginando a terceira ponte em algum lugar, nessa hora novamente bateu a saudade de nossa bela capital.






Chegamos ao jardim e tivemos nossa caminhada mais uma vez recompensada. Passeamos um pouco,  entramos em uma estufa para ver como era hehe e saímos de lá seguindo para o próximo local indicado a ser visitado. O Teleferico de Seleve.
Abri mais uma vez o mapa e procurei o local indicado, ficava no outro lado da cidade, quase na fronteira, mas foi muito bom, pois de dentro do ônibus pudemos conhecer ainda mais a cidade. A medida que nos afastávamos do centro da cidade, a Suíça que todos imaginamos começava a surgir. Casinhas cercadas de enormes jardins e bosques ao fundo, enormes campos verdes com aquela única árvore solitária bem no meio, aquele ar bem bucólico que só mesmo a Europa passa.
Descemos na parada final da linha do ônibus e ainda tivemos que caminhar mais uns 20 minutos para chegar a base da montanha, local onde ficava localizada a base do teleferico. Compramos nosso ticket e depois daí foi soh alegria. A subida foi fantástica, pudemos ver a cidade toda a mais de 1200 metros de altura, o Jato de água que comentei anteriormente continuava imponente frente aos prédios que circundavam o lago de genebra.
Tiramos varias fotos e já estávamos com a sensação de viagem ganha, o fato eh que, conversando por la, descobrimos que ainda havia uma trilha que levava ao topo da montanha e que de la dependendo do tempo poderíamos ver os Alpes suíços. Penso que todo turista é assim, mas nós não queríamos deixar passar nada, já estávamos ali, teríamos que ir ateh o final, e la fomos nos.
Começamos a subir e a vista que tínhamos não nos deixava nem pensar no cansaço. Dessa hora eu me lembro bem de uma coisa...Eu nunca senti tanto frio na vida. Acreditem em mim quando falo que pelo menos em Brasília, não faz frio hehehe. O pior de tudo eh que tinha gente que tava la com muito menos roupa que a gente e não tava nem ai! Chegamos ao ponto de ver uma criança local chupando picolé hehe. Não sei como eles se adaptaram, mas nos estávamos longe do nosso habitat natural hehe.
Andamos um pouco mais e vimos uma plataforma de salto de parapente em que você podia pagar para saltar, mas pra sorte da minha mãe não tinha ninguém la na hora e fiquei soh na enorme vontade. Claro que não sai de la sem fazer a adrenalina subir, eu e mais 3 amigos fomos bem na beirada e tiramos varias fotos para gravar o momento.
                Subimos um pouco mais e voilá! Estávamos no topo. A vista era incrivelmente linda, podíamos ver toda a cidade de ponta a ponta sem nenhum problema. La em cima tinha um estacionamento pois havia um caminho para carros chegarem ateh la tambem, e pude ver, 2 ducatis, 1 hayabusa, 3 kawas e 1 Bmw imensa. Fiquei me perguntando como e porquê hehe. La em cima também tinha um restaurante bem legal, climatizado e que vendia uma “Torte de Maison”. Não sabia nem do que que era, mas a cara tava tão boa que tive que comprar..valeu a pena hehe.
                Curtimos um bom tempo la no alto da montanha, mas pra nossa frustração, os Alpes estavam encobertos pelas nuvens. Pra não dizer que não vimos nada, a base do Mont Blanc estava la e pudemos ver aquela enorme montanha coberta de neve pelo menos parcialmente. A vista e os momentos ali naquela montanha, apagaram a primeira impressão que tive da cidade e posso dizer que fez a viagem mais que valer a pena





                Já eram 3 horas da tarde e todos estavam famintos, o pensamento no momento era voltar e comer pois já estavam todos satisfeitos com a viagem, havíamos conhecido os principais pontos turísticos e a subida ao teleférico rendeu varias fotos. Eu no entanto pensava diferente, precisava visitar o museu da reforma. Descemos o caminho todo novamente e por poucos segundos conseguimos pegar o ônibus que estava saindo. Falei com o grupo que eles poderiam ir almoçar mas eu iria voltar na catedral e marcamos de nos encontrar mais tarde. Desci na parada que ficava próxima ao centro historico e o Henrique e o Bruno foram comigo, pra nossa alegria, havia um Mcdonalds na primeira esquina que viramos.
                Comemos rapidamente e seguimos em direção a catedral. Os 2 foram visitar um sitio arqueológico que existe embaixo da igreja, e eu fui direto no prédio do museu. Cheguei la as 4 e meia e dessa vez, eu consegui entrar. Fui a recepção e me informei direito, paguei 7 francos e ela me explicou como funcionava o museu. Era um museu interativo e continha varias salas, em cada sala uma parte diferente da historia da reforma, contendo, livros, obras, imagens, esculturas, todas elas numeradas. Recebi um dispositivo que continha um fone de ouvido e bastava colocar o numero da obra que eu queria e ele me dava todas as informações. Não arrisquei ouvir em francês e configurei para o inglês hehe.
                A primeira sala era dedicada a Bíblia e a história de Lutero, com vários exemplares antigos, história das primeiras máquinas que imprimiram a Bíblia, exemplares perdidos e inúmeras informações que em uma tarde só era impossivel de absorver.
                O ambiente do museu era muito agradável, era dentro de uma casa antiga com aquele ar de igreja bem tradicional, cadeiras estofadas, persianas bem trabalhadas, tapetes  bem desenhados e móveis no estilo do século 18. Cada sala que eu entrava via coisas que eu sequer imaginava que tinha acontecido, só mesmo a mão de Deus agindo para que tudo aquilo não se perdesse e chegasse até nós nos dias de hoje. Havia uma sala que mostrava pinturas e documentos da perseguição aos protestantes nos tempos antigos e não tem como não ficar impressionado com tudo que eles passaram. Vários nomes da reforma eram homenageados no museu, nomes inclusive que eu nunca ouvira falar. Mas quero falar em especial de 2 salas. Uma se chamava La Reforme e La musique, mostrando o poder da musica na reforma protestante. Era uma sala pequena em que você escolhia a musica a ser tocada e apenas sentava e ouvia. Se eu pudesse ficaria la o dia inteiro, ouvindo o som do piano e de músicas que lembro de ouvir quando pequeno retiradas do HCC.
                A outra sala que eu me amarrei foi a sala “Le banquet de la Prédestination”. Essa sala era diferente das outras pois aqui ela era totalmente interativa. A cada 15 minutos acontecia o “show”. Era uma sala bem decorada, com quadros de cada participante do jantar expostos nas paredes, possuía uma mesa de jantar no centro e 10 cadeiras em volta. O espetáculo começava com o barulho de água caindo e enchendo os copos dos participantes do jantar presidido por Calvino. Em seguida uma luz ia iluminando cada cadeira e a figura representada ali se apresentava e falava sua opinião sobre a predestinação. Foi muito legal, o ruim é que foi somente em francês, então perdi muita informação pois só escutei uma vez. Foram tratados assuntos de livre arbítrio, universalismo condicional, citaram o consenso helvético, vários trechos bíblicos que as 2 linhas usam para se apoiar, etc.O bom é que eu pude tirar uma conclusão no final da discussão...A resposta sobre essa questão tão polêmica, não está em Genebra hehe.
                Terminei o passeio e reencontrei com os mlks na catedral, eles falaram que tinha como subir na torre da igreja e observar a cidade. Não deu outra, fui correndo para chegar lá em cima. A vista pra variar também era incrivelmente linda, me perguntava como pode naquela época eles terem construído algo como aquilo. Saímos de lá umas 18 horas, ainda havia um tempo de sobra, então decidimos tomar o famoso chocolate quente suíço.Fizemos isso em nada mais nada menos que no Starbucks e pude conhecer finalmente esse tão famoso restaurante hehe.





Voltamos para o albergue para encontrar o pessoal e seguir para a estação pois nosso trem estava marcado para 8:45. Graças a Deus não houve desencontros e chegamos com tempo de sobra para pegar o trem. Estávamos todos cansados e com aquela sensação de estarmos voltando para casa, o que foi comedia, pois realmente já estávamos considerando Lyon nossa casa naquele momento. Embarcamos enfim e nos despedimos de Geneve.
               Para concluir, digo que a viagem com certeza valeu a pena, foi muito bom conhecer toda a história por trás de Genebra, já posso marcá-la na minha lista de lugares a serem visitados. Ainda tenho muito tempo pela frente por aqui e se Deus quiser, se depender de mim, espero mostrar a vocês uma grande parte de toda a Europa.

Grande Abraço!

Salut! Et Au Revoir!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Sabado em Genebra!

Nos 2 proximos posts eu vou dar uma interrompida na linha do tempo que eu estava seguindo para falar exclusivamente desse fim de semana! Como eu sei que vai ficar muito grande, vou escrever um post para o Sabado e outro para o Domingo. Depois eu volto de onde eu tava porque tem muita coisa legal pra falar sobre semana passada e não posso deixar de colocar aqui hehe.
Enfim, o motivo dessa parada especial eh que eu passei o meu fim de semana em Genebra, na Suica e tenho que aproveitar pra escrever enquanto todas os momentos vividos ainda estão fresquinhos na cabeça hehe.
                Acordei as 5 da manha de sabado pois havíamos combinado de nos encontrar as 6 no hall para irmos todos juntos para estação, nessa viagem a brasileirada foi em peso, ao todo 12 pessoas, 4 mulheres e 8 homens. Apenas me levantei, lavei o rosto, comi uma tigela de cereais e desci com a mochila que já havia deixado pronta no dia anterior. Chegamos as 6 e meia na estação e nosso trem estava marcado para sair as 6:44, de novo venho elogiar a pontualidade daqui, pois ele saiu exatamente as 6:44 hehe. Foi minha primeira viagem de trem aqui na Europa e pra variar achei muito legal, a viagem foi bem curtinha, apenas 2 horas mas deu pra curtir e muito a bela paisagem francesa.
                Desembarcamos empolgados, e como todo bom turista, fiquei parado uns segundos apenas olhando em volta, tentando explicar como era possível que que há 2 semanas atras eu estava no Brasil, há menos de 2 horas na Franca e naquele exato momento, pisava em solo Suíço observando varias bandeiras vermelhas com cruz branca no centro flamulando por todo lugar. Saimos da estação e começamos a passear pela cidade, observando prédios, carros, motos (Acho que eu nunca vi tanta moto cara concentrada num soh lugar), caminhando na direção do Albergue que tínhamos visto na internet. Achamos um mapa e eu empolgado do jeito que sou já fiquei brincando de achar o lugar que teríamos que ir. O problema é que quando vi tava todo mundo achando que eu sabia pra onde tinha que ir, dae não deu outra, ou eu achava o lugar ou iria deixar 11 pessoas frustradas hehe!
                O bom eh que o mapinha era bem fácil de usar e como sabíamos o nome da rua com a ajuda do livrinho que o Bruno tinha (Guia do Viajante Europeu, recomendo!), não teve erro, andamos uns 15 minutos, com direito a passar em frente a uma loja da Ferrari e chegamos ao Youth Hostel International. 
                Chegamos la umas 10 horas, mas soh poderíamos pegar a chave do quarto a partir das 2, conversamos com a senhora da recepção e ela foi bem legal, deixou a gente colocar as malas numa sala fechada e pegar depois quando fossemos para o quarto. Mais uma vez deu tudo certo, haviam exatamente 2 quartos disponíveis com 6 camas em cada, as meninas ficaram em 1 com 1 amigo delas e outro brasileiro e pudemos ficar juntos no outro quarto, sem ninguém que a gente não conhecia com a gente hehe, pra ficar melhor, a tia da recepção deu um desconto por nosso grupo ser grande e na diária do albergue ainda estava incluído café da manha e um ticket que dava acesso gratuito a todo sistema de transporte publico de genebra.
                Peguei mais 2 mapas com a tia da recepção, um das linhas de ônibus e trem e outro das ruas, praças e pontos turísticos. E eu confesso a vocês, viciei em ficar brincando de navegador hehe. Peguei umas dicas com a tia e saímos, rumo ao tour por Genebra.
                Nosso primeiro destino foi nada mais nada menos que a praça das nações, local que se situa a sede da ONU. Tiramos varias fotos de frente pra aquele prédio azul famoso e naquele corredor que tem bandeira de um bocado de países. O clima nesse dia não estava dos melhores, estava um pouco nublado e fazia muito frio, mas nesse começo do passeio, ninguém se deixou desanimar por isso.Saimos de la querendo chegar no museu da cruz vermelha, mas no caminho achamos varias paisagens legais para ver, jardins enormes,um museu de obras de esculturas de vidro e porcelana, fontes e vários lugares legais pra tirar foto, ficamos um tempo la e fomos ateh o museu, o problema eh que era bem caro pra entrar e a gente decidiu que tinha coisa mais legal pra ver. Tiramos algumas fotos do prédio e partimos rumo ao centro, era hora de conhecer a antiga Genevre!


                Abri o mapa outra vez e pegamos um ônibus em direção ao centro, já tava meio tarde e tava todo mundo com muita fome. Eh aqui que eu falo sobre genebra do ponto de vista social e econômico. Nos 2 dias que eu passei la a impressão que tive foi de ver muito mais pessoas de fora da suíça do que os próprios nativos, eh uma cidade muito diversificada, em uma rua você ouve as pessoas falando frances, na outra inglês, na outra alemão, e em varias, português de Portugal. Na maioria dos restaurantes que entramos os atendentes eram, ou indianos ou portugueses. No aspecto econômico, o custo de vida eh o mais alto que já vi, eh tudo muito, mas muito caro mesmo. Eh extremamente absurdo o preço das coisas, mas pelo visto todo mundo ganha muito bem, pois você soh vê carro lindo na rua, lojas e restaurantes caros, etc. Vimos varias lojas da MontBlanc, Victorinox, Rolex, que enquanto para eles parecia ser bem normal, para nós, valeu algumas fotos hehe. Cheguei ao ponto de ver um relógio exposto na vitrine custando 33000 francos suíços, o que deve equivaler a cerca de 65000 reais.
                Enfim, como todo mundo tava com dinheiro contado, fomos almoçar no bom e velho Mcdonald hehe o que não foi nada econômico também, minha promoção do big Mac custou o equivalente a 10 euros. Renovamos as forças e pegamos o trem em direção a praça das águas vivas, lugar próximo de onde poderíamos seguir para o lago e ver famoso Jet d’eau. Como o tempo tava meio ruim as fotos não ficaram tão boas mas mesmo assim não deixam de ser impressionantes, eh um jato que espirra 200 toneladas de água por segundo a uma altura absurda, eh realmente bem legal, da pra ver o jato de muito longe por causa da distancia que ele atinge. Passeamos um pouco pela orla do lago e encontramos uma brasileira que estava fazendo doutorado em Londres e também estava viajando pela Europa, descobrimos que ela estava no mesmo albergue que o nosso e pegamos varias dicas com ela.


                Andamos em direção ao centro histórico da cidade e quase fui vitima de um golpe de uns malandros de rua.Pra quem ficou assustado, não se preocupe pois não aconteceu nada, mas foi um fato interessante e eh uma historia que conto um outro dia pois vale um post soh pra ela hehe. Seguimos para o centro da cidade e aih sim finalmente pude ver a tão famosa genebra, aquelas vielas antigas, chocolaterias espalhadas pelos bairros, rampas enormes e uma linda igreja no centro de tudo, a catedral de St Pierre. Essa igreja já assusta pela grandiosidade arquitetônica, mas o que mais me impressionou foi o fato de ser uma igreja protestante! Um enorme templo no coração da cidade com varias alusões a reforma protestante e a pessoas importantes que viveram essa época. Por dentro a igreja eh linda, com uma Biblia antiga (bem lacrada e segura claro) bem na frente do púlpito. Vislumbrei um bom tempo aquela obra e quando sai vi uma placa indicando “Musee International de La Reforme”. Não deu outra, corri na direção indicada pois sabia que ali estava grande parte da historia de homens e fatos que protagonizaram o nascimento do protestantismo. Tirei uma foto na entrada e quando me virei para entrar, a porta estava se fechando, perguntei o que estava havendo e um senhor falou ja haviam encerrado as visitas naquele dia, ainda tentei insistir num frances bem convicente pra ele me deixar entrar, que era muito importante pra mim e tal, mas ele nem deu papo, perguntei se abriria no dia seguinte e graças a Deus a resposta foi sim. Voltei um pouco frustrado mas continuamos andando procurando pontos turísticos interessantes.



                Já eram 5 e meia da tarde e achamos um parque que pra minha alegria tinha um muro em memória da reforma protestante, com estatuas enormes de figuras importantes da reforma, entre eles Knox e Calvino. Passeamos um pouco pelo parque ateh dar umas 6 horas e todos ficarem cansados de andar o dia todo. La fomos nos de novo em direção ao trenzinho e partimos de volta para o albergue.
                Pegamos a chave do quarto e subimos com as coisas, o quarto era bem ajeitadinho e o banheiro super limpo, eu sempre achei que albergue fosse um tumulto soh mas fiquei bem impressionado. Depois de todo mundo descansar e se arrumar a galera se dividiu nessa hora pois uns queriam sair de noite, outros estavam cansados e outros (isso me inclui) queriam sair pra jantar eheh. Mas eu não queria comer qualquer coisa, precisava comer um foundue que eu ouvi falar o dia todo por la. Procuramos em um monte de restaurante, mas como eu disse antes, era tudo absurdo, ateh que uma hora eu e bruno cansamos de procurar e desistimos da idéia de murrinhar dinheiro hehe, entramos no restaurante decididos a comer mas pra minha tristeza não havia foundue de chocolate, já estava la mesmo e pedi logo o de queijo, era ateh gostoso mas pra minha surpresa novamente, o único acompanhamento era pão. Paguei 22 euros por queijo derretido com pão, essa foi a minha conclusão no final do jantar hehe. Portanto se vocês acham que o foundue daih não compensa, mudem de idéia, os restaurantes de foundue brasileiros são muito mais completos.
            Voltamos andando para o albergue e vimos varis cenas tristes para uma cidade com tanta historia, fundamentada nos principios cristaos. Confesso que fui durmir naquela noite um pouco decepcionado, minhas expectativas de Genebra eram bem altas e nao tinham sido alcançadas, pra minha alegria, domingo seria um novo dia...